O BRASIL NA ELITE MUNDIAL DOS MERCADOS IMOBILIÁRIOS
Uma pesquisa inédita, abrangente e imparcial - encomendada pela Revista Exame ao Instituto Ibope Inteligência (instituições não ligadas ao setor imobiliário) - dissecou o comportamento do mercado nos segmentos residencial e comercial e revela que os imóveis brasileiros valorizaram 22% no último ano e ainda há espaço para mais crescimento.
O imóvel no Brasil ainda não está caro quando comparado aos preços praticados em outros países. Ocupa apenas a 64ª posição num ranking de preços de 90 países feito pela Global Property - Na média, o valor do metro quadrado é metade do que se cobra na África do Sul e na China.
A combinação entre demografia favorável, crescimento econômico e mais crédito explica o aumento recente da demanda por apartamentos e escritórios no país.
A cada ano surgem no Brasil 1,5 milhão de domicílios - número que pode passar para 2 milhões em 10 anos. As construtoras já não conseguem erguer apartamentos suficiente para fazer frente a essa demanda, o que explica o déficit habitacional do país, estimado em 8 milhões de moradias. É verdade que boa parte deste déficit está concentrada na baixa renda, mas estima-se que as famílias mais abastadas que vivem nas grandes cidades precisem de 100.000 novas moradias por ano, cerca do dobro do que as incorporadoras conseguem construir.
DEMOGRAFIA - A pirâmide social brasileira está se transformando, com o aumento da população com mais de 30 anos e do número de pessoas que vivem nas cidades o que favorece a formação de novas famílias e faz crescer a procura por apartamentos.
O número de brasileiros com mais de 30 anos aumentou de 37% para quase a metade da população (espera-se que este percentual chegue a 60% até 2030). Essa é a idade em que as pessoas formam suas famílias e buscam um lugar para morar.
Em 1990 75% da população brasileira viva nas áreas urbanas, em 2010 este número chegou a 85% e em 2030 será de 91%.
CRESCIMENTO ECONÔMICO - A expansão do PIB amplia a demanda por escritórios - surgem novas empresas e as companhias já estabelecidas geralmente crescem e precisam de espaços maiores - e eleva a renda da população, formando um novo contingente capaz de comprar imóveis.
O Brasil saiu do 20º lugar, em 1999, e alcançou a terceira posição no ranking das 32 economias mais fortes do mundo em 2010, elaborado pela Thornson Reuters, empresa especializada em informações econômico-financeiras. Significa a capacidade do país de gerar investimentos nacionais e estrangeiros. A expectativa é que o país se mantenha entre as 10 primeiras posições até 2014.
Diversos fundos estrangeiros passaram a investir em imóveis no Brasil nos últimos anos, como a Abu Dhabi Investment, maior fundo soberano do mundo, e a gestora britânica Autonomy.
CRÉDITO - A compra de imóveis depende de financiamento, que cresce ano a ano. Jovens e solteiros conseguem comprar, em vez de alugar, o primeiro imóvel em razão da maior oferta de crédito. Com os juros mais baixos, compradores de alta renda aceitam fazer um financiamento para comprar um imóvel melhor. Famílias de baixa renda passaram a comprar imóveis com a ajuda dos programas de incentivo do governo.